Biologia das Pragas
Aranha
As aranhas são animais artrópodes pertecentes à ordem Araneae da classe dos aracnídeos, existem aproximadamente 35.000 espécies no mundo. São animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos e baratas.
Apresentam como características: quatro pares de patas articuladas, um par de pedipalpos e um par de qualíceras. Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno.
As aranhas produzem minúsculos fios de seda, a qual conhecemos com teia.
Muitas espécies de aranhas são inofensivas ao homem porém, acidentes graves podem ocorrer com outras espécies. No Brasil existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus.
Barata
São considerados entre os mais antigos insetos. Vêm se constituindo como um grupo bem sucedido, devido a sua grande capacidade adaptativa aos diferentes tipos de nichos ecológicos, desde o deserto até habitats dulcícolas.
O grande problema é que as baratas são vetores potenciais de agentes patogênicos capazes de ameaçar a saúde.
As principais espécies de ocorrência no ambiente urbano dominissanitário são:
Barata francesinha ou barata de cozinha
Cientificamente conhecida como Blattella germanica, são características de áreas de manipulação de alimentos. Dispersam-se com muita facilidade, através de embalagens, abrigando-se nos espaços internos e dobraduras de caixas de papelão, sacos plásticos e quaisquer outros materiais. Em hospitais, é bastante comum a dispersão destas baratas, através dos carrinhos de transporte de refeições, da cozinha para outros setores.
Barata de esgoto
Cientificamente conhecida como Periplaneta americana, esta espécie de barata tem como habitat principal as galerias subterrâneas e suas tubulações. Destes pontos, elas se dispersam para o interior de estabelecimentos comerciais, industriais e residenciais, podendo estabelecer colônias. São baratas invasoras.
Cupim
Os cupins são insetos sociais, há completa interdependência entre os indivíduos. As comunidades possuem indivíduos de diferentes morfologias, adaptadas ao trabalho que desempenham. Possuem uma estrutura de forma organizada e vivem em túneis fechados, no solo, madeira ou estruturas suspensas em árvores ou arbustos. As colônias podem apresentar milhares de indivíduos, compreendendo 3 ou mais castas: sexuada, soldados e operários.
As comunidades de cupins vivem em ninhos. O conjunto comunidade e ninho constitui a colônia. O ninho varia enormemente em complexidade arquitetural, dependendo da espécie considerada. A alimentação dos cupins é constituída basicamente de materiais de origem vegetal. Entretanto cupins urbanos podem atacar materiais de natureza bastante diversa como: gesso, plástico, couros, tijolos, argamassa, mantas impermeabilizantes, etc.
Existem muitas espécies de cupins, mas os dois principais grupos são:
Cupins de madeira seca
Cientificamente conhecido como Cryptotermes brevis, são cupins que vivem em madeiras com relativamente baixo teor de umidade. Não requerem contato com o solo. A própria madeira e o ambiente em que vivem provêem a umidade que necessitam para sobreviver. Encontra-se normalmente restrito à peça atacada. Estes cupins não tem capacidade de passar de uma madeira infestada para outra a não ser que efetivamente exista um ponto de contato entre ambas as madeiras. Normalmente apresentam colônias pequenas com cerca de 300 a 500 indivíduos.
Cupins subterrâneos
Cientificamente conhecido como Coptotermes gestroi, são cupins que constituem seus ninhos no solo, mas também podem construir seus ninhos em vão estruturais, como: caixões perdidos em edifícios, vãos entre lajes, paredes duplas ou em qualquer espaço confinado que exista em uma estrutura, seja ela uma residência, indústria ou comércio. Esta espécie de cupim tem o crescimento de sua colônia muito rápido. Os ninhos são volumosos e normalmente construídos no solo ou em locais ocultos e úmidos. Uma de suas características é passar de um local a outro construindo galerias de comunicação (longos túneis) feitas com fezes e partículas de solo cimentadas com saliva. Ainda que não se alimentem de concreto ou plástico, os cupins subterrâneos desgastam esses materiais para ter acesso à madeira.
Escorpião
Os Escorpiões são animais invertebrados artrópodes, foram eles os primeiros artrópodes a conquistar o ambiente terrestre. Atualmente já estão catalogadas cerca de 1600 espécies. No Brasil existem cerca de 140 espécies.
São animais que preferem viver em áreas comuns à temperatura entre 20 ºC e 37 ºC, mas sobrevivem em temperaturas de 14 ºC a 56 ºC. São carnívoros e têm geralmente hábitos noturnos e crepusculares, quando caçam e se reproduzem. Alimentam-se de insetos invertebrados tais como: cupins, grilos, moscas, baratas, aranha, etc.
O ferrão do escorpião, além de servir para agarrar a presa, se defender, e no acasalamento, inocula na presa um veneno. Este veneno contém uma série de substâncias, dentre elas, neurotoxinas, histaminas, seratoninas, enzimas, e outros. O grau de toxicidade do veneno vai depender da espécie.
A presença destes aracnídeos no meio urbano se deve, muitas vezes, as condições favoráveis fornecidas pelo próprio homem, através do transporte de cargas em caminhões e ferrovias , distribuindo-se em diversas regiões. Nas áreas urbanas podemos encontrá-los em locais com infestação de baratas, em terrenos baldios, onde haja acúmulo de entulhos e materiais de construção, em jardins sem a devida conservação
Por que fazer o controle de escorpiões?
É necessário controlar as populações de escorpiões pelo risco que representam para a saúde humana, já que a erradicação dessas espécies não é possível e nem viável. No entanto, o controle pode diminuir o número de acidentes e, conseqüentemente, a morbi-mortalidade.
Algumas espécies de escorpiões são extremamente adaptadas a ambientes alterados pelo homem.
Esses animais desempenham papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros seres vivos, devendo ser preservados na natureza. Já nas áreas urbanas, medidas devem ser adotadas para que seja evitada a sua proliferação, por meio de ações de controle, captura (busca ativa) e manejo ambiental.
Desta maneira, identificar e conhecer a distribuição de escorpiões prevalentes permitirá planejar e dimensionar as estratégias mais adequadas de controle para uma determinada área. Dessa forma, é possível realizar o serviço de conscientização da população e prevenção dos acidentes por escorpião.
No Brasil, as espécies mais importante em saúde pública pertencem ao gênero Tityus: Tityus serrulatus, Tityus bahiensis, Tityus stigmurus, Tityus metuendus, Tityus costatus.
Formiga
As formigas são o grupo mais popular dentre os insetos, são interessantes porque formam níveis avançados de sociedade. Embora as formigas sejam facilmente reconhecidas, outros insetos se assemelham muito a elas, como algumas vespas e mutilídeos. A característica marcante na identificação de uma formiga é a presença de uma cintura. Outra característica importante está na antena, que apresenta forma de um cotovelo. A colônia pode ter uma ou várias rainhas, estas podem se acasalar com um ou vários machos.
As formigas constituem um dos grupos de insetos sociais de maior sucesso, ocorrendo em quase todos os locais, mais apresentam maior diversidade nas regiões tropicais. Elas são componentes importantes dos diferentes ecossistemas terrestres, contribuindo para manter o ambiente favorável às atividades humanas. Porém as formigas podem causar um problema sério, sendo elas vetores mecânicos de bactérias e fungos, podem contaminar o ambiente por onde passam.
Morcego
O morcego é um animal mamífero da ordem Chiroptera cujos membros superiores (braços e mãos) têm formato de asas membranosas, tornando-os únicos mamíferos naturalmente capazes de voar. No Brasil, o morcego pode ser raramente chamado pelos seus nomes indígenas andirá ou guandira.
Tradicionalmente, divide-se os quirópteros em morcegos propriamente ditos (subordem Microchiroptera) e raposas-voadoras (subordem Megachiroptera). Representam um quarto de toda as espécies de mamíferos do mundo. São pelo menos 1 116 espécies, que possuem uma enorme variedade de formas e tamanhos, podem ter uma envergadura de cinco centímetros a dois metros, uma enorme capacidade de adaptação a quase qualquer ambiente (só não ocorrem nos polos) e uma ampla diversidade de hábitos alimentares.
Mosca
Existem muitas espécies de moscas. Mas somente algumas espécies estão entre a fauna sinantrópica que com frequência ocorre em elevado número no ambiente urbano, ocasionando um grande incômodo a população e também prejuízos econômicos as industrias, além de propiciar um maior risco de veiculação de doenças, como as entéricas, nas quais as moscas atuam como vetor mecânico.
Atualmente, entre as moscas da fauna sinantrópica, destacam-se a mosca doméstica (Musca domestica) e as moscas varejeiras (várias famílias de classificação).
A mosca doméstica é a espécie mais conhecida e mais comum entre as moscas. Ela pode pousar em comida, contaminando-a de bactérias e propagando assim, várias doenças.
A mosca varejeira é o nome comum dado a diversas moscas de diferentes famílias. Possuem como característica principal o fato de depositarem seus ovos em tecidos vivos ou mortos de vertebrados. A larva é parasita obrigatório, enquanto os adultos são de vida livre. Causam no hospedeiro uma afecção parasitária devida à infestação dos tecidos ou cavidades do corpo.
Pombo
As pombas domésticas (Columba livia) são originárias do continente Europeu, e foram introduzidos na América do Sul por volta do século XVII. Desde então se fazem presentes em grande número no ambiente urbano, graças à sua grande facilidade de adaptação e reprodução. Apesar de simbolizarem a Paz, as pombas são consideradas pragas urbanas devido a sua característica obnóxia, justamente pelo fato de serem hospedeiros de diversos organismos que causam prejuízos à nossa saúde. Além disso, as pombas causam danos materiais decorrentes da deposição de suas fezes nos mais diversos tipos de construções, em materiais industrializados, em depósitos de maquinarias.
Os pombos adaptaram prontamente a este tipo de ambiente por três razões básicas para sua sobrevivência :
1 - Oferta abundante de abrigo
2 - Ausência de predadores
3 - Grande quantidade de fontes de alimentação disponíveis
Dentre as doenças transmissíveis, existe a Toxoplasmose, que pode causar cegueira, aborto até a morte, além da Histoplasmose, Erisipela, Salmonelose, Candidíase e Aspergilose. Estas doenças são transmitidas ao homem principalmente por vias respiratórias, através da inalação das fezes secas depositadas em caixas armazenadas, no chão, em beirais, em máquinas, ou em qualquer outro local defecado. Outra forma de contaminação é através dos piolhos dos pombos.
Pulga
As pulgas são insetos parasitas externos que se alimentam do sangue de mamíferos e aves. Estes animais podem transmitir doenças graves como o tifo e a peste bubónica. Elas dependem do hospedeiro para se alimentarem e se protegerem, permanecendo toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Além de provocarem incômodo pelas picadas, transmitem vermes, parasitas sanguíneos e podem induzir a processos alérgicos.
Uma pulga é capaz de pular a um metro de distância.
As famílias de pulgas separam-se de acordo com o tipo de hospedeiro, podendo este ser o homem, cães, gatos, roedores, ratos, aves, coelhos, entre outros.
Rato
Os ratos são mamíferos encontrados no mundo inteiro. São conhecidos especialmente pelo risco à saúde, são portadores de variadas doenças transmissíveis ao homem, como a leptospirose, tifo murino, salmonelose, peste bubônica, além de ser hospedeiro para outras doenças.
Além dos danos a saúde, são responsáveis por grandes perdas materiais. Os ratos roem a fim de desgastar seus dentes incisivos que são de crescimento contínuo, roer é uma necessidade.
Presença de fezes; Tocas; Ninhos; Trilhas de roedores; Manchas de gordura nos locais onde passa; Odor característico de urina; Presença de ratos vivos ou mortos
As espécies mais conhecidas no ambiente domissanitário são:
Rattus norvegicus, conhecido popularmente como ratazana, rato marrom e rato de esgoto
Rattus ratus, conhecido popularmente como rato de telhado e rato preto
Mus musculus, conhecido popularmente como camundong
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